Diante dos modelos econômicos produzidos pelo mundo capitalista moderno, nos deparamos com o mais atual e crescente que é a economia digital. Nesse modelo, para o bom desenvolvimento e lucro dos negócios os dados pessoais dos usuários, clientes ou consumidores das novas plataformas e tecnologias, é atributo indispensável e rentável, a exemplo do Big Data (Grande Armazém de Dados), ferramenta principal de qualquer negócio hoje (BI – Business Intelligence).
A tecnologia de armazenamento e recuperação da informação por trás de um Big Data permite que um grande volume de informações sejam relacionadas e analisadas em tempo real. Portanto, através desse grande repositório de dados é possível integrar e relacionar dados internos da organização (compra, venda, produção, financeiros) com dados externos (perfis de clientes). Desse relacionamento surgem resultados que ajudam a compreender melhor o negócio, definir estratégias e auxiliar nas tomadas de decisões.
Sob a perspectiva externa da organização, o Big Data auxilia na experiência do cliente na medida em que compreendendo seu perfil, consegue oferecer um produto ou serviço mais aderente a sua necessidade, como é o caso da análise de cesta de compras. Assim, tanto as organizações como os seus consumidores ganham: as organizações ganham, pois a possibilidade de vender o seus serviços ou produtos são maiores, e também ganham seus usuários, pois dinamizam seu tempo e processo de melhor escolha na hora de consumir.
No entanto, para se chegar a melhor lucratividade de negócio, muitos dados pessoais dos usuários/consumidores são utilizados, ou seja, “faz parte do negócio” e quanto a isso não se discute. A “linha tênue” nessa questão é a manutenção da privacidade desses dados.
Como toda relação contratual e de consumo, o interesse de ambas as partes devem ser respeitados. Uma vez que os dados pessoais do usuário/consumidor são importantes para o crescimento do negócio e consequentemente para o desenvolvimento econômico de forma geral, em contrapartida a privacidade, a dignidade da pessoa humana e demais direitos fundamentais devem ser estritamente respeitados.
O respeito, o limite ao uso dos dados pessoais por parte das organizações nesse novo cenário econômico, é de extrema importância para o equilíbrio das relações das partes envolvidas no negócio, como também para garantir o pleno desenvolvimento econômico.
Somos frutos de uma sociedade juridicamente organizada. Toda essa evolução social, econômica e tecnológica, só foi possível através do controle e limites instituído pelas normas, e agora não será diferente. Mudam se os tempos, modelos de negócios, mas os princípios básicos e norteadores das relações humanas continuam os mesmos, e é extremamente necessário respeitá-los. Por isso, investir em Governança de Dados é fundamental para qualquer empresa que queira se manter em plena expansão e lucratividade nessa nova sociedade, que é digital.